Reflexões I

Será esse o caminho ?

 ( A propósito das declarações do Deputado Eurico Miranda, segundo o colunista Gonçalo Ramires, quando do discurso do Embaixador de Portugal, Dr. Pedro Ribeiro de Meneses, na Sessão Solene da Casa do Minho)

Temos assistido pacificamente, a depaupérios, ofensas graves e gratuítas a autoridades e personalidades luso-brasileiras, a versões anunciadas de falsos profetas e salvadores da Pátria, e até insinuações de que só os “priviligeados” deveriam ter acesso à  democracia, e que esta só é boa quando praticada fora de portas, onde se encontrem os sufragados, mas, achámos pôr bem, apenas conclamar para a  união e participação, para a  ética e o significado maior que nos é proposto pelo Conselho das Comunidades.
E manteríamos essa postura, não pôr comodidade, mas pôr achar que o direito de expressão é sagrado e de responsabilidade de quem o emite, e não ter percebido até aqui o propósito, em nenhuma das peças publicadas na imprensa de denegrir a Lei 48/96, ou de colocar em risco, pôr mínimo que fosse, a fraternidade entre portugueses e brasileiros.
E estranhamos, que esse risco seja anunciado pôr um parlamentar, um homem que obrigatóriamente conhece leis, sabe como são projetadas, e como é difícil toná-las viáveis pelo consenso da maioria, mais ainda, quando essas leis tem uma dimensão mundial, como é o caso da Lei 48/96, que criou o Conselho das Comunidades Portuguesas. 
Estranhamos também, que o caro deputado tão interessado nas coisas portuguesas, como diz, são 40 anos de tirocínio e trabalho em matrizes luso-brasileiras, só agora tenha tomado conhecimento, duma Lei, aprovada e ratificada em 1996, e que tem sido alvo de divulgação através de toda a imprensa, inclusivé a brasileira. Mais do que isso, que venha a público dizer, e ameaçar, que nas suas intervenções na Câmara dos Deputados do Brasil e na Comissão de Relações Exteriores, levantará o assunto, não decerto para elogiar os benefícios que essa Lei, poderá trazer para as camadas mais carentes da emigração portuguesa no Brasil; não para dizer, como essa Lei pode lutar pôr condições dignas para todos aqueles que considerados na terceira idade, não tem como participar duma sociedade, que ajudaram a construir; não para informar que essa Lei permite lutar de forma a que os acordos existentes entre os nossos dois países, deixem de existir apenas na sua grande maioria, nas intenções; não para esclarecer que a Lei, é um veículo para que a integração dos jovens luso-brasileiros, brasileiros e portugueses seja uma realidade, e uma prioridade; não para informar que essa Lei, pode permitir que as iniciativas privadas, a nível dos dois países, tenham condições de uma maior aproximação e realização de projetos comuns, que visem o engrandecimento dos nossos países; não para dizer em plenário que essa Lei, vai talvez conseguir que as leis promulgadas em relação à igualdade de direitos, sejam mais ágeis e cumpram integralmente o seu papel; não para testemunhar que essa Lei, enfim, vai cooperar com o Governo Brasileiro, do qual o senhor é um atento vigilante, ao tentar diminuir os problemas sociais e legais de uma parcela da nossa sociedade, felizmente minoritária, mas que existe.   
Concerteza senhor deputado, que o Consulado Geral de Portugal no Rio de Janeiro, terá condições em lhe conceder a cópia da Lei 48/96 que criou o Conselho das Comunidades Portuguesas, para que melhor possa avaliar o quanto de benefício ela poderá trazer para os portugueses residentes no Brasil, e dos quais o senhor se proclama amigo e defensor e consequentemente para a sociedade brasileira na qual estamos integrados, e abrigados pela sua Constituição.
Então meu nobre deputado, antes de fazer qualquer pronunciamento sobre a Lei 48/96, pôr favor demonstre que é realmente amigo dos portugueses, que lhe interessa o seu bem estar e integração na sociedade brasileira, que deseja acima de tudo e antes de mais nada a paz e fraternidade entre Portugal e Brasil, e leia a Lei que criou o Conselho das Comunidades Portuguesas, levando em consideração que é de âmbito mundial e não um acordo bilateral entre os nossos dois países, os quais desejamos ver cada vez mais juntos e prósperos






O orgulho de ser Vascaíno e a insegurança de não o ser


1998 foi além do ano da comemoração do Centenário, um ano em que o Clube de Regatas Vasco da Gama, foi pródigo em presentear os seus adeptos com títulos em todas as áreas esportivas. Faltou apenas a conquista do título Mundial de Clubes em Tóquio, para que o ano terminasse completo. 
E essa disputa em Tóquio teve em todo o Brasil uma única espécie de torcedores contra. Esquecendo-se que o Vasco estava representando muito mais que a torcida  vascaína, pois nesse jogo era um time brasileiro, representando o Brasil, alguns flamenguistas, cujo fanatismo não lhes permitiu ver além da rivalidade caseira, denunciaram a sua fraqueza, com a publicação de anúncios na imprensa, out-doors e carreatas proclamando o seu apoio e torcida contra o Vasco da Gama. 




Encontraríamos de sobra, se não acreditássemos, que a grande maioria da torcida flamenguista, não apoia nem incentiva essa meia dúzia de “iluminados”, que tem provocado uma arruaça e um mal estar generalizado entre todos aqueles que gostam verdadeiramente de futebol, respeitam as regras e os resultados dentro de campo, e com civilidade convivem pacificamente no dia a dia, nas ruas, nos empregos, nas escolas e até dentro de suas próprias casas, independentemente dos resultados da partida realizada no dia anterior entre as duas equipes, que representam os dois maiores times do Rio de Janeiro.
Pensamos aliás, que mesmo esses poucos torcedores, alienadamente fora da atual realidade do mundo de alianças em que vivemos, não o fariam se alguém de bom senso, lhes explicasse, que o Clube que ora atacam, foi o primeiro e grande incentivador no Brasil, para que o futebol fosse um esporte popular, acessível às grande massas, sem restrições a credo ou cor dos seus praticantes, que lutou contra tudo e contra todos, para que essa popularização do futebol, fosse uma realidade e assim permitisse essa convivência que hoje se verifica nos nossos estádios.
Para quem me conhece, sabe que o futebol representa muito mais pelo que arrasta no seu bojo social, do que própriamente pelos resultados que apresenta. Mas também sei que a primeira é indissociável da segunda. O Vasco da Gama, jamais se poderia ter afirmado na área social, se não fosse realmente um CLUBE cujos resultados, lhe proporcionaram, não só adeptos em todo o Brasil, mas em todos os cinco continentes onde se fala português. E pode ser o português de Portugal, do Brasil, de Cabo Verde, de Angola, de Moçambique, da Guiné Bissau, de São Tomé e Principe, do longínquo Timor-Leste, ou da Índia, enfim, nas milhares de cidades, vilas e aldeias espalhadas pelo mundo onde brasileiros e portugueses e todos os povos que acreditam que mais importante que um resultado, é o conjunto de ações que dele são derivadas.
Comparar resultados é próprio de quem torce e vive o futebol.
Brincar com os amigos no dia seguinte a uma derrota do seu time, é saudável. Torcer no estádio para que o time que nos representa, faça uma goleada no adversário é humano.
Vaiar, aplaudir ficar triste ou alegre, discordar ou torcer são reações normais, de pessoas normais que vivem as emoções proporcionados pelos seus ídolos dentro das quatro linhas. São atitudes saudáveis e  espontâneas, que representam muito mais a decepção do momento com o desempenho da sua equipe, do que a raiva ou ódio que possam sentir pela superioridade momentânea do adversário.
Tudo o resto, extrapola a normalidade e tem que ser analisado como tal.
E infelizmente o que se tem verificado, com essa meia dúzia de elementos mal informados e também porque não, mal formados, que tem feito as provocações mais hostis e distorcidas na sua finalidade, em relação ao palmarés e à situação privilegiada do Clube de Regatas Vasco da Gama, são atitudes que em nada dignificam o esporte em geral, o futebol particularmente e a cidadania de povos civilizados. Aproveitar-se do seu próprio infortúnio, da sua falta de capacidade administrativa, dos erros consecutivos praticados por administrações consecutivas, que tem levado consecutivamente a maus resultados, para denegrir a imagem de um CLUBE que tanto tem lutado socialmente pela integração de todos quantos são adeptos do futebol, para incentivar a desagregação e a hostilidade entre as pessoas, é na menor das hipóteses uma tentativa nada dignificante, de esconder os piores sentimentos de frustação e incapacidade, para não irmos além nessa avaliação de seres, que fazem parte do nosso quotidiano e por incrível que possa parecer, são humanos.
O mínimo que posso fazer para esses companheiros de origem, é sinceramente pedir-lhes que leiam um pouco da história do maior clube de futebol do mundo e nela se inspirem, para que algum dia possam ter o orgulho, como os muitos milhões de VASCAÏNOS tem, de saberem que para além das muitas vitórias nos gramados do mundo inteiro, tem uma vitória maior e inédita entre todos, que é a de sempre ter lutado pela integração e nunca pela desagregação, sendo também o único a conseguir esse troféu único e sem igual no esporte brasileiro, que é a igualdade social no esporte.
Lutem por isso amigos, quem sabe um dia terão algo digno de que se ORGULHAR.
O orgulho de ser Vascaíno e a insegurança de não o ser1998 foi além do ano da comemoração do Centenário, um ano em que o Clube de Regatas Vasco da Gama, foi pródigo em presentear os seus adeptos com títulos em todas as áreas esportivas. Faltou apenas a conquista do título Mundial de Clubes em Tóquio, para que o ano terminasse completo.
E essa disputa em Tóquio teve em todo o Brasil uma única espécie de torcedores contra. Esquecendo-se que o Vasco estava representando muito mais que a torcida  vascaína, pois nesse jogo era um time brasileiro, representando o Brasil, alguns flamenguistas, cujo fanatismo não lhes permitiu ver além da rivalidade caseira, denunciaram a sua fraqueza, com a publicação de anúncios na imprensa, out-doors e carreatas proclamando o seu apoio e torcida contra o Vasco da Gama.

Num ano de alegrias, o centenário Clube de Regatas Vasco da Gama, é também o mote para que meia dúzia de insatisfeitos, pertencentes decerto a alas menos esclarecidas do seu maior rival dentro dos gramados, aproveite e tente – pois são apenas tentativas, já que a concretização necessitaria do apoio da grande massa flamenguista – criar um clima de tensão e distensão entre as duas maiores torcidas do futebol carioca. Motivos? 
Continuar... é preciso.

Dizer-se que está tudo errado, criticar e apontar erros, falsear a verdade em benefício das nossas teorias ou simplesmente deixar no ar insinuações malévolas e maledicentes é próprio de quem não sabe estar na vida com dignidade, e nada mais sabe fazer além de falar, por falar e sem ter nada para acrescentar, porque a sua essência está vazia de valores outros que não sejam os mais mesquinhos.
Ainda temos homens de grande valor. Uns que já o demonstraram, outros que esperam oportunidade de o fazer e ainda outros que só tendo vontade de fazer, não descobriram ainda o modo de se aproximar.
E precisamos de todos, pois cada vez somos menos e o tempo para a pasagem do bastão não é virtual.
Os que já o demonstraram, por apego natural ao poder, querem continuar, pois acham não ter ninguém para os substituir e vão continuar  mesmo depois que aqueles que esperam  oportunidade, façam juz à sua pretensão lutando por ela e finalmente os outros descubram a forma de se aproximar.
Mas todos não serão muitos. Uma baixa nesse pequeno contigente far-se-á sentir no resultado final. Pode ser baixa no sentido fisico ou moral. E já que o primeiro motivo é inapelável e inadiável procuremos amenizar o segundo, sob pena de quando nos apercebermos dessa realidade, já ser muito tarde, para podermos remediar o que agora parece apropriado.
Ninguém é perfeito e jamais alguém fará qualquer coisa que nos agrade totalmente. Mas vamos primeiro tentar fazer alguma coisa de fato para podermos ter  “moral de falar” , antes de criticarmos aqueles que alguma coisa já fizeram.
Se temos dúvidas em relação ao que fizemos, devemos olhar para o  nosso rasto e  ver se pelo menos as nossas pegadas ficaram marcadas!
Senão, acho que nos devemos reduzir à nossa insignificância e procurar outra forma de aparecer sem que para isso tenhamos que nos valer do que outros fizeram  ou enlameá-los, escondendo-nos no vazio da nossa  vaidade.

Para onde caminha a 




A propósito do noticiário em torno do doutor Jack Kevorkian, mais conhecido pelo Doutor Morte, somos obrigados a refletir sobre o direito de vida ou morte, sobre as competências que o ser humano tem perante o estado terminal de outro ser humano, até que ponto a necessidade de se deminuir o sofrimento provocado por doença incurável, autoriza em nome da medicina - que tem existido com a finalidade maior de salvar vidas - a destruír vidas em nome de um possível alívio ao paciente.
Para além de tudo respeitamos idéias por mais absurdas que possam parecer. Enquanto no campo das idéias a “eutanásia”, pode ter alguns adeptos, mas daí a ser colocada em prática, a distância fica imensurável e probitiva a consciências cujo bem maior é a preservação da vida e o alto significado que dela advém.
O Doutor Morte, segundo ele, já ajudou cerca de 130 doentes terminais, a morrer. Naturalmente que a desculpa para levar a esta  decisão, deste novo senhor “mengele”, está o desespero das suas vítimas, provocado pelas circunstâncias das doenças e suas consequências, como dores, debilidade, perda de sentidos, o fato de acreditar na irreversibilidadeda doença, enfim tudo aquilo que emocionalmente pode levar o ser humano, a ficar num estágio de debilidade tal, que não lhe permite na realidade distinguir o que está certo ou errado, o que deve ou não deve ser feito, o que na realidade é melhor naquele momento, em que é afligido não só pelos ataques da flagelação física imposta pela doença, mas também pela fraqueza psicológica que advém do seu estado, que pode até ser terminal, mas que, só quando a morte cerebral for confirmada, ele deixa de existir.
Este médico, pelo menos tem diploma como tal, está no caminho inverso indicado pelo Juramento de Sócrates, que ele possivelmente deve ter feito, como quem olha distraidamente para a beleza de um pássaro voando, sem no entanto ter mais capacida do que aquela que lhe é concedida pela mecânica dos olhos, de vêr sem no entanto ter consciência do que vê.
Não sabemos o que é mais triste e repugnante. Se a insensibilidade desse “mengele” dos nossos dias, se a  vaidade que o leva a filmar as suas “execuções”, nos pacientes que na ânsia de se verem livres dos males que os atormentam e numa hora em que realmente é dificil verificar a sua completa sanidade, solicitam num extremo ato de desespero, que os afastem da vida, que lhes cortem o cordão umbilical que os liga à vida terrena.
Apesar do Doutor Morte, já ter sido julgado por quatro vezes, e em nenhuma delas ter sido condenado; apesar de alguns pacientes já se terem arrependido de terem feito o pedido de “eutanásia”, quando já não era mais possível retroagir do processo de envenenamento iniciado; apesar de estar novamente a ser processado, por mais uma morte, que teve o cuidado de filmar, para posteriormente se deleitar com o resultado obtido, ao ver passar numa rede de televisão o filme em que todo o processo é mostrado repulsivamente sem cortes; apesar de tudo isso, continua a afirmar que vai continuar a utilizar a sua máquina da morte, a “Tanatron”.
O processo utilizado é tão simples, que qualquer criminoso serial, a utilizaria sem ter necessidade de passar pela faculdade de medicina, de onde só deveriam sair pessoas com formação ética e moral, que lhes permitisse executar o seu trabalho em prol do ser humano, sempre na ânsia de salvar vidas e não destrui-las.
Infelizmente isso não é possível ser detectado antes da entrega dos diplomas, como também não é possível prever os desvios que o ser humano pode ter pela vida fora. E por isso ficamos sujeitos ao surgimento de pessoas como o senhor Jack Kevorkian, que de posse de um diploma médico, está autorizado, pelo menos pelos juizes que os julgaram nos seus quatro processos passados, a matar em nome da humanidade. Uma injeção para adormecer o paciente, outra para relaxamento muscular e finalmente outra para matar. Simples e leva apenas alguns minutos.


 humanidade?
Ser aquilo que sou

Muito mais importante, do que querer parecer aquilo que outros desejam que sejamos, é ser realmente aquilo que somos. E eu gostaria realmente de parecer ser, aquilo que alguns meus amigos gostariam que eu fosse, mas algo mais forte se levanta e impede, que essa vontade, que me transformaria aos seus olhos, talvez num super e sensasional homem, seja realizada, pois é aniquilada pela realidade e apenas me permite ser aquilo que sou. Parece filosofia primária, mas é apenas primáriamente também, um desejo franco e honesto de me confessar, incapaz de fazer algumas coisas, que alguns meus amigos, gostariam que eu fizesse, segundo eles em nome de valores que defendo e com os quais sou intransigente.
Uma das coisas que definitivamente me recuso a fazer, é responder a críticas pessoais. Mas conforme a proveniência, costumo analizá-las criteriosamente, e quando fundamentadas e coerentes, normalmente as aceito, procurando posteriormente tirar delas o maior proveito, em prol daquilo que mais exercito, que é a prática de levar a informação, com ética, pluralidade e imparcialidade, para todos quantos me acompanham. É disso exemplo o nosso Jornal, que não tem cedido um “pixel” a pressões de qualquer natureza, e não tem sido poucas, vindas muitas vezes desses célebres críticos de ocasião e circunstância, que através de seus escritos e não só, procuram levar alguma vantagem, quanto mais não seja a vantagem que lhes pode ser proporcionada pela desvantagem de não serem aquilo que gostariam de ser.  Mas tem gente assim. Fica feliz, embora efémeramente, porque alguém lhes cochicha no ouvido, que gostou daquela frase ou daquele gesto. E embalados por esses pequenos nadas, continuam qual moto-continuo, a banharem-se na insignificância da sua mediocridade, convencidos que estão, serem os únicos donos da verdade, naturalmente daquela verdade, que por ser só sua, satisfaz exclusivamente as suas conveniências e não da sociedade que dizem, e quem sabe, até acreditem estar defendendo. E fazem guerra de bastidores, colocando A, contra B, tentando silenciar através da mentira e da hipocrisia, quando não da ameaça velada de jogarem lama no ventilador, contra isto e aquilo, sem outra finalidade que não seja satisfazerem e alimentarem constantemente o seu ego, ávido de resultados, por mais ínfimos que sejam, mas que lhes proporcionem o que de outra forma não conseguiriam. Um minuto de fama (?). Triste glória, penso eu. Se para aparecer momentaneamente na ribalta, precisa falsear a verdade, desvirtuar a realidade, enlamear o amigo, tecer intrigas, dar palpites deixando no ar o micróbio da dúvida, instigar as vaidades, convencendo-se que com isso vai conseguir uma guerrinha, cujos resultados o poderão beneficiar, ou preparar as aparências depois do desastre que provoca, para parecer que nada teve a ver com isso, triste e pequeno momento esse de fama ou glória (?), para tão elevado preço moral, que há-se ser pago, mesmo que não se ligue para esses pequenos pormenores, quando a causa são as metas a alcançar, que por tão nebulosas que são, não se tem coragem de deixar transparecer.
Fico lisongeado pela persistência de alguns, mesmo que essa vaidade tenha suas origens no obscurantismo de mentes para as quais o que conta, não são os meios, mas os fins. Felizmente o nosso Jornal é gerido por uma equipe cujos principios editorias e de base, estão acima de pequenas futriquices ou de interesses outros que não sejam os de informar, com ética e dignidade, deixando para os nossos colunistas, a opinião e a crítica. Somos o que somos, até quando pudermos ser, mas nunca além de permitir que para o ser, tenhamos que vender a alma ao diabo ou de servilmente bajular aqueles que pagam o nosso salário, que para quem não sabe é dos mais altos da paróquia.
Não estamos a serviço de grupos ou pessoas. Prestamos um  serviço para grupos e pessoas. Não dependemos editorialmente de ninguém, pois os nossos anunciantes, nos conhecem e sabem o que procuramos oferecer aos nossos leitores, e por isso mesmo nos apoiam. Os nossos colunistas sem excepção, preferem trabalhar ao nível de idéias deixando as questiúnculas domésticas de lado , do que arar a terra mal amanhada.
Por isso tudo, qualquer forma de pressão ou tentativa de desastibilização é encarada conforme a sua origem, principalmente quando vem em forma de falso elogio, com o veneno da deturpação dos fatos  e da alienação da verdade.  Não somos superiores a fatos nem insensíveis a idéias, mas desde que sejam avalizadas  por pessoas cuja notória independência de opinião e imparcialidade de análise sejam  decalcadas nos mais elementares principios deontológicos e éticos.
Somos todos iguais?


Hoje quero falar, principalmente para aqueles, a quem a sorte não sorriu, para aqueles a quem o caminho da felicidade que representava na época a emigração, teve atalhos imprevistos, para aqueles para quem o Brasil era sinónimo de riquezas e honrarias, mas as estradas da ilusão se transformaram em montanhas cruéis e agrestes, enfim, para aqueles, que optaram, muitas vezes a duras penas, largar o seu torrão natal, os seus familiares, os seus amigos, para encarar oito a dez dias de mar encapelado, em condições nem sempre desejáveis, buscando aqui em terras amigas, aquilo que não encontravam nas leiras do Minho e de Trás-os-Montes, dos lameiros das Beiras, das encostas do Douro, das lezírias do Ribatejo e da Estremadura, das grandes áreas dos Alentejos e das amendoeiras do Algarve, ou nos pastos dos Açores e da Madeira.
Para vocês queridos amigos, para quem o Governo Português tem uma dívida social, eu quero chamar a vossa atenção, não com demagogia ou falsas promessas, mas com factos, baseados no direito da nacionalidade e da cidadania e da Constituição Portuguesa,  mas que só a vossa vontade e participação podem concretizar. E não o faço, nos palcos das nossas Casas Regionais, porque muitos de vós, nem sabem onde ficam, ou pôr outros motivos não as frequentam. Seria bom, muito bom , que todos, mas todos mesmo pudessem frequentar as nossas Casas Regionais as nossas  Instituições, pois elas são autênticos pólos agregadores, verdadeiros bocados do nosso Portugal, em terras do Brasil. São embaixadas da cultura, das tradições, dos costumes e da gastronomia, que diáriamente, colocam à nossa disposição, motivos para matar as saudades. Mas como sei, que uma boa parcela da nossa comunidade, está afastada do nosso associativismo, é a ela que hoje me quero dirigir, a para aqueles, como comecei pôr dizer, para quem a vida não tem sorrido.
Foi instituido pelo Governo Português, um órgão, chamado Conselho das Comunidades Portuguesas. É um órgão, que no Brasil vai eleger vinte e cinco Conselheiros, que passam a ter como finalidade exclusiva, levar até Lisboa, as carências, as necessidades, os desejos, as políticas sociais, enfim toda a problemática que envolve o emigrante, e tudo aquilo que ele construíu nas terras de acolhimento.
Um órgão aliás bem semelhante ao que a nossa vizinha Espanha, instituíu em 1988, chamado “Consejo dos Residentes Espanholes”, e que hoje se encontra em plena atuação junto do governo do seu país, já tendo obtido, na área social , como nos disse um dos seus conselheiros, o Sr Manuel Taboada, avanços pelos quais se luta no Brasil, na área da emigração portuguesa à longos anos. Pelo menos à 22 anos, pois este é o tempo  que eu me encontro no Rio de Janeiro.
Sempre que tenho tido oportunidade pleiteio junto das autoridades que nos visitam, como atender aos mais carentes, àqueles cuja aposentadoria recebida aqui mal dá para viver.
Como o Governo Português, pode garantir aos portugueses residentes no estrangeiro, e que estão nessa situação os mesmos benefícios e direitos, dos portugueses em iguais circunstâncias residentes em Portugal?  Segundo a Constituição Portuguesa, não existe diferenciação entre Portugueses residentes no estrangeiro e portugueses residentes em Portugal. Então porquê? Porque, não se tratar a todos de igual modo? Porque não oferecer a todos os mesmos direitos de cidadania? Nem todos os emigrantes são obrigados a ter arranjado condições de sobrevivência, como nem todos os portugueses as conseguiram em Portugal. Então porque aos portugueses residentes em Portugal, o Governo Português, oferece complementos que lhe dão a possibilidade de uma vida mais digna, e aos portugueses residentes no estrangeiro isso lhes é negado?
Pois bem, caros amigos, se o Conselho de Residentes Espanhol, conseguiu junto ao seu governo, para os cidadãos mais carentes, um complemento de aposentadoria, até ao limite de 200 dólares, será que o nosso Conselho das Comunidades, não vai ter força para obter a mesma compreensão do Governo Português?
Será que os cidadãos, que vão ser eleitos no próximo dia 27 de Abril, não vão pleitear e lutar para conseguir, aquilo que é o mínimo, que se pode oferecer a qualquer ser humano, que é o direito a uma vida digna, sem humilhações, o direito à cidadania.
Mas para isso, Caros Amigos, é necessária a vossa participação. Não só daqueles, para quem esse beneficio é fundamental, mas de todos aqueles que tem preocupações com o seu semelhante, e que acreditam que uma comunidade, não é constituida só pôr gente bem sucedida.
Que acreditam no ser humano e no seu direito a uma vida digna. Que dão Graças a Deus pelo bem estar que os cerca, conseguido com o esforço do seu trabalho concerteza, mas que torcem e fazem algo no sentido de minimizar o sofrimento alheio. Que usufruem da felicidade que lhes é proporcionada pelos bens materiais, mas que nas suas orações não esquecem os mais desprotegidos.
Enfim Caros Amigos, a todos vocês que me escutam, eu conclamo a participarem.
Procurem saber o que é o Conselho das Comunidades Portuguesas. Procurem saber do que ele vai tratar e o que pode conseguir, a todos os níveis, para a nossa comunidade.
Eu acredito que a participação de todos, pode realmente conseguir, muito daquilo que até hoje, nos parece impossível, porque não foi alcançado, ou pôr falta de força ou pôr descuido das nossas autoridades ou pôr falta de canais apropriados para esse fim.

Alô Mundo...Aqui Brasil

Nós, portugueses residentes fora de Portugal, que ajudámos a constituir a CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que espalhados pôr 117 países dos 190 identificados no mundo, que somamos fora de Portugal, quase 50 pôr cento da sua população activa ( somos segundo a Direção Geral dos Serviços Consulares 4 milhões e seiscentos mil), que constituímos um alto factor de importância, no equilíbrio da balança de pagamentos do nosso Governo, que somos desde o início do século, autênticos pontas de lança da nossa cultura, do nosso comércio, da nossa história, das nossas tradições e costumes, da nossa vivência de quase nove séculos de presença no mundo, temos pela primeira vez na nossa história contemporânea, a possibilidade de formarmos um órgão autênticamente democrático, que nos vai permitir junto ao Governo Central, através do debate de idéias e carências, vermos reconhecida a nossa importância e valor, e podermos finalmente participar activamente e com idéias próprias, no desenvolvimento das políticas que nos afectam ou dizem respeito.
Antes de falar da fundamental importância de que se reveste o CCP - Conselho das Comunidades Portuguesas, quero deixar bem claro, que a minha posição em relação ao passado recente construído pelo portugueses pelo mundo fora, é de agradecimento, louvor e gratidão.
Agradecimento, pela dignidade com que semearam e construíram alicerces da nossa presença em relação ao futuro.
Louvor, pelo esforço e abnegação com que se dedicaram às causas mais nobres, que hoje são um marco na distinção dos povos.
Gratidão, pôr permitirem às gerações presentes e vindouras, fundamentos inquestionáveis, que lhes hão-de permitir , dar continuidade ao que foi plantado com tanto amor e devoção e sem distorções ou falsas aparências.
Pôr tudo isto também, acredito que o CCP, foi instituído na hora certa. Não que seja a hora de retirada para uns e de entrada para outros. Mas a hora, de, com dignidade e responsabilidade, existir a fusão de ideais, a transparência de acções, o intercalamento de nomes, a distensão de realidades.
A formação do CCP, com os seus 100 Conselheiros espalhados pôr todas as comunidades portuguesas do mundo, eleitos pôr sufrágio universal através de listas pluralistas e portanto portadores das mais variadas ideologias e capacidades, até pelo aculturamento natural a que ficam sujeitas pela vivência, há-de fazer, com que as idéias e problemas, tão diferentes nas diversas comunidades portuguesas espalhadas pelos cinco continentes, se tornem mais fáceis de agrupar e resolver, com o acúmulo de inteligência, que essa heterogeneidade inevitávelmente formará.
O surgimento de gente nova, portanto com novas ou diferentes visões de um mesmo problema, aliado à experiência acumulada dos actuais dirigentes e ao poder de irradiação e desenvolvimento de todas as ONG - Organizações Não Governamentais, constituídas pelas associações e instituições portuguesas e luso-descendentes, dará uma nova força, uma nova dinâmica, uma mais esperada transparência à política desenvolvida pelos, e para  os portugueses residentes fora de Portugal, e suas acções nesse processo, nem sempre clarificadas ou devidamente realizadas.
Pôr estas razões, sou desde a sua aprovação pôr unanimidade na Assembléia da República, adepto da Lei, que agora em fase de implantação, criou o CCP - Conselho das Comunidades Portuguesas, que terá o seu ápice em 27 de Abril próximo, com as primeiras elições mundiais.
A propósito de eleição, tem-me perguntado, talvez porque sou um entusiasta das coisas em que acredito e pôr força de hábito um divulgador e defensor das políticas que protegem e dignificam as minorias, se sou candidato ao Conselho. Hoje sei de uma coisa. Sou candidato a defender as causas em que acredito, naturalmente relacionadas com Portugal e com os Portugueses, desde que estas se destinem a dignificar, valorizar e trazer para o lugar certo na sociedade, o cidadão que pôr falta de meios, e nunca pôr falta de vontade, se vê alijado dos seus direitos e privado do reconhecimento a que faz jus.
O CONSELHO de todos NÓS

O que aconteceu ontem pertence à história.
O orgulhoso e o ressentido podem fazer tudo na vida, menos política.
Tancredo Neves

Realmente a interpretação de uma frase tão simples, vinda de um político da envergadura de Tancredo Neves, leva naturalmente a pensamentos, que passam não só pelo seu significado literal, mas muito mais do que isso, nos levam a colocá-la, como parâmetro, em todos os momentos em que as decisões que temos de tomar, podem afetar pessoas ou grupos de pessoas, que formam comunidades.
E nós portugueses, que vivemos neste momento com participação ativa, o desenvolvimento embrionário de um órgão com características ímpares na sua modelagem e inovações altamente significativas no seu organograma, acho que nos devemos debruçar e analisar o que foi dito tão singelamente, pôr esse grande democrata e político mineiro, que foi Tancredo Neves.
É tanto mais importante, quanto esse organismo, vai depender de todos os seus participantes, e o antagonismo, a raiva, as interpretações dúbias ou criticastras, vão no decorrer dos tempos, serem confrontadas e quiçá devolvidas, em termos de retaliações ou falsas propostas, ou simplesmente votando contrário, pelo simples prazer, de um revanchismo, que as querelas políticas sempre deixam no seu rastro.
Os sentimentos pessoais, se não forem relevados em função dos interesses coletivos, levam sempre, a uma estagnação dos objetivos, prejudicando quem na outra ponta da corrente, o utente ou simplesmente observador atento, espera o desenrolar dos acontecimentos, para se subsidiar nas suas opções e tomadas de posição.
Decerto, este grande homem da abertura política brasileira, não quis dizer, que estes sentimentos não afloram, até porque existem um pouco em todos nós da raça humana, mas sim, que os saibamos dominar, de forma a que não conspurquem o que de melhor pode existir no ser pensante, que é a sua sensibilidade na detecção dos problemas e carências que envolvem o seu semelhante, o seu equilíbrio no amor às causas que defende e o seu desinteresse e altruísmo na dedicação a essas mesmas causas.















E nós, portugueses residentes fora de Portugal, que à tanto tempo lutamos, pelo reconhecimento da cidadania, que sempre nos pertenceu, mas que 
à longos anos nos tem sido sonegada, devemos mais do que nunca, pensar no coletivo e não na primeira pessoa, afim de que possamos formar uma grande corrente, com objetivos outros, que não sejam os de satisfação do nosso ego, ou impáfia da nossa substância.
Pretendi com esta pequena análise de um grande pensamento, deixar um alerta, não para o que foi dito ou feito, pois o passado me serve apenas como referência para o futuro, mas para aquilo que se vai dizer e fazer daqui em diante.
Que todos os envolvidos, direta ou indiretamente no processo, do Conselho das Comunidades Portuguesas, antes de mais pensem que o objetivo principal, chama-se “EMIGRANTE”, e não eu, tu ou ele .
Que o imperativo imediato, é a recolocação na sociedade de um todo, que pelos mais diversos motivos, tem estado alijado do processo cívico.
Que dos nossos sentimentos, se não forem excluídos, pelo menos sejam silenciados o orgulho e o ressentimento, em prol de algo muito mais elevado e significativo, que é a defesa dos interesses de uma raça, em função da sua história e do seu povo.
Para isso, o atual Governo de Portugal, colocou à nossa disposição o instrumento: O Conselho das Comunidades Portuguesas. Compete a nós, aproveitá-lo com dignidade e dissociá-lo do pensamento de Tancredo Neves.

O Elo que faltava

Trazemos na memória quase um milénio de história. Somos um povo em que a palavra adversidade ganha contornos de desafio, para podermos lutar e ao vencer as barreiras que se nos apresentam, colocarmos no lugar que lhes pertencem os valores em que acreditamos. Foi assim desde a fundação e a nossa história está repleta de exemplos que dignificam os seus intérpretes e confirmam a nossa vocação para a vitória.
Não poderia agora ser diferente. Não temos tarefas tão grandiloquentes quanto a fundação de um reino ou a edificação de valores, que são uma componente histórica, na construção do nosso mundo lusíada. Não temos mais mares e oceanos para desbravar, para dar novos mundos ao mundo e estabelecer rotas e caminhos novos para outros trilharem.
Mas temos uma tarefa, cujo valor futuro e a importância para o mundo moderno, nesta época de globalização, é tão transcendente e difícil, que a torna uma verdadeira epopeia do século XXI, no limite deste terceiro milénio.
É, através dos povos de língua portuguesa espalhados pelos mais longínquos e diversos recantos da terra, que vislumbramos o misto de dever e orgulho que tangencia a possibilidade de mantermos a universalidade de nossa língua, a manutenção e colocação em prática dos tratados históricos, a propagação dos valores culturais e a abertura e instalação de novos mercados, bem como a sua ampliação e desenvolvimento.
Mas para que essa meta possa ser atingida com o êxito que todos desejamos, torna-se necessário que alguns sentimentos inerentes ao processo de articulação comunitária se sobreponham e façam valer a sua desejada majoritariedade. Sentimentos aliás, latentes na grande maioria das ações, que até hoje dignificam os homens que construiram e administraram com altivismo essas grandes obras representadas no Brasil pelas Bemeficências, Casas de Portugal, Gabinetes, Liceus e Casas Regionais.
O valor incalculável desse legado que algumas centenas de nossos antepassados deixaram às comunidades de que fizeram parte é incontestável, como é incontestável também, a necessidade de a atual geração deixar para as vindouras, a noção de que ela faz parte de um todo, e que neste todo estão incluídos todos os portugueses, mesmo os mais desafortunados, que em sua grande maioria nunca tiveram a chance, pelos mais variados motivos, de frequentar ou mesmo contribuir para o engrandecimento de nossas instituições.
Exatamente como um todo, é o grande peso dessa comunidade. Tentar segmentá-la ou dividi-la é um erro, invariavelmente movido por vaidades e outros sentimentos menores, que deixará sequelas e mais tarde irá impor a obrigação de apurar responsáveis, para que se possam apaziguar as consci
ências. É, portanto, de suma importância se criar condições para que as gerações futuras possam, com conhecimento e dignidade, levar a bom termo a continuidade do trabalho dos que os antecederam, trabalho este, também por vezes, tão mal interpretado.




A tarefa é superior ao que os homens querem no momento, pois o futuro é algo maior, mais amplo e absolutamente necessário.
Com o surgimento do CCP - Conselho das Comunidades Portuguesas, apareceu o elo que faltava nesta cadeia, o grande traço de união entre o governo português e os seus cidadãos espalhados pelo mundo. Cidadãos que legaram, construíram, administraram e administram e que vão continuar legando, construíndo e administrando entidades portuguesas. Cidadãos outros, que dão o seu contributo das mais variadas formas e com a mesma dignidade e empenho. E outros ainda que vitimados pela crueldadedas circunstâncias, ficaram aparentemente afastados dos projetos executivos, mas que nem por um mínimo lapso de intenção, deixaram de ser portugueses.
É, então, esse grupo de Conselheiros que forma o CCP - e foi eleito indubitávelmente por todas as partes, que se constituem no todo mencionado - uma legítima representatividade junto ao governo português como consultor sobre toda a espécie de tema, como também um órgão com o objetivo de pleitear soluçÕes para os mais diversos problemas.
Esse elo vai completar uma corrente e vai permitir que se saiba sempre e com total lisura e transparência absoluta, quem é quem entreas peças que compõem o tabuleiro do jogo de xadrês comunitário. Vai permitir, de forma simples, saber onde qualquer processo é interrompido e quem o interrompeu.
Ninguém deve atrapalhar ninguém, pelo contrário, uns devem completar os outros.
Inspiremo-nos, pois na sabedoria do universo, em que o surgimento de uma estrela não deminui a intensidade do brilho das outras, mas sim vem contribuir para aumentar o espectro de luminosidade da constelação.
Ninguém em seu juizo perfeito, pode duvidar da eficácia da união.

Esperanças num novo tempo 

Entrando neste último ano do século XX, e também no limiar do terceiro milénio, ocorre-me, que embora sendo apenas uma questão de datas, elas de alguma forma marcam o tempo e por isso mesmo, incentivam as pessoas a acreditarem em dias melhores, que virão com os novos tempos. Embora inserido num contexto no qual acredito que todo o dia é um novo dia, e portanto à que vivê-lo como se fosse o mais importante de minha vida, sempre acredito que o dia de hoje sendo tão importante como o de amanhã ou como foi o de ontem, vai ser no entanto muito mais produtivo e promissor. E por isso quero acreditar, que nos próximos dias, mais precisamente antes de encerrar o século XX, entrando no ascetismo que envolve o próximo milénio, muitos dos atuais problemas da humanidade chegarão ao seu ápice, com uma solução desejada. 
Vai ser assim com o sacrificado povo maubere, que encontrará a paz tão desejada, não se livrando do jugo indonésio completamente, mas pelo menos criando estruturas que lhe permitam uma autodeterminação e uma dignidade, só conseguida até aqui à custa de muito derramamento de sangue e de um sem fim de sacrificios de seus líderes revolucionários, que nos permitiram chegar a ter esta esperança no futuro. Homens como o Bispo Ximenes Belo e José Ramos Horta co-laureados com o Nobel da Paz e principais conquistadores da opinião pública mundial para a causa de Timor-Leste e Xanana Gusmão, símbolo maior da resistência timorense, verão com certeza, aquilo que todos nós desejamos, que será o primeiro passo no sentido da emancipação de um povo, dizimado e reduzido no seu contigente, mas fortalecido pela crença e pela fé no seu futuro.
Outra solução desejada é a paz na Guiné-Bissau, que se apresenta com fortes possibilidades de concretização depois da mediação portuguesa e dos acordos firmados entre o governo do Presidente Nino Vieira e a Junta Militar, encabeçada por Assumané Mané.
Também Angola, sendo o conflito que aparentemente se apresenta  com piores perspectivas para se chegar a um denominador comum, poderá ter a sua paz selada, se Jonas Savimbi deixar de ter quem lhe continue a fornecer armas e tanto ele quanto o Presidente José Eduardo dos Santos se reportarem com honestidade de propósitos ao Acordo de Lusaka.
Saindo da força das armas, mas sem deixar o espaço lusófono, acreditamos que este ano vá ser o ano de afirmação da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Essa idéia, do grande amigo da lusofonia que é o Embaixador José Aparecido de Oliveira, seu maior incentivador e ideólogo, até agora não tem passado de uma sombra perambulando pelos vales. 


Somos Emigrantes, muito prazer....

Somos o que somos sempre em função de uma série de circunstâncias, que nos proporcionam o conhecimento, que por sua vez nos leva à tomada de determinadas posições e por elas somos rotulados. 
Este intróito serve apenas para justificar na prática, os rótulos que sempre acompanham alguém, seja como indivíduo ou grupo de indivíduos.
E vou falar dum grupo que é tão heterógeneo que poderia ser rotulado com o mesmo nome, não pesassem aí as diferenças de informação e as influências por vezes constrangedoras, daqueles que por qualquer razão conseguiram a vantagem do maior conhecimento e o utilizam sempre em função dos princípios egocêntricos que os regem e nunca na amplitude do genérico ou coletivo.
Quando se pergunta a um português a razão pela qual emigra - e seria necessário perguntar?- a resposta invariávelmente vai de encontro à necessidade de melhoria de vida, que obrigatóriamente passa pela busca da dignidade de existir, numa sociedade sem os meios necessários para lhe poder proporcionar socialmente o mínimo necessário, a uma vida que deveria ser o normal para todo o ser humano.
Então nós portugueses, que pelas mais variadas circunstâncias tivemos que procurar o essencial, fora das nossas aldeias, vilas ou cidades e onde nascemos, o fazemos creio por uma única razão.
Busca de trabalho, através do qual temos a possibilidade de obter o mínimo necessário a uma existência, dentro de parâmetros dignos e socialmente aceitáveis.
Não entram neste rol, todos aqueles que por motivos políticos e não só, tiveram que sair da nossa terra para viverem mais de acordo com a sua consciência, mas que são em número tão pequeno comparado com o todo da emigração, que estatísticamente pouco representam na pirâmide dos resultados e das necessidades.
Mas para a grande maioria, o motivo maior de se lançarem à aventura do desconhecido, buscando o que na sua terra não encontravam, foi realmente uma necessidade social, que lhes era negada pelas governanças de governos consecutivos, para quem a área social nunca existiu de fato, e só demagógicamente essa bandeira do “social” era levantada.
E resquícios dessas manipulações grotescas, ainda eram encontrados até à bem pouco tempo, disfarçados com pequenos atos em prol dos menos favorecidos, promessas a longo prazo sem resultados reais, ou seja de todos aqueles que como nós, foram obrigados a sair em busca de melhores opções de vida. Com uma diferença fundamental. Nos anos 30 e 40, 
quando o grosso da emigração aconteceu, os fundos europeus ainda não existiam. E com estes puderam ser colocadas na prática através de obras muito mediáticas, políticas aparentemente sociais, mas que no fundo só resolveram problemas de infraestrura, sem contudo atenderem às necessidades reais dos portugueses, que continuaram a ter a necessidade de emigrar, mas desta feita para os países europeus, muitas vezes até como mão de obra clandestina.







Somos um povo que por termos a responsabilidade de cumprir o quotidiano, quando para isso temos campo, nos esquecemos por vezes de analizar o passado e das razões que nos trouxeram ao presente.
Mas nós emigrantes se olharmos atentamente os porquês de o sermos, vamos constatar que só razões de ordem social nos levaram para milhares de quilómetros de distância das nossas raízes, com a grandiloquência de alma de nunca as perdermos ou renegarmos.
E não é o fato de muitos de nós nos encontrarmos em condições privilegiadas, que nos há-de fazer esquecer as razões que nos trouxeram até às comunidades, onde por força de falta de políticas socias dos nossos governos, acabámos empurrados à aventura e ao desconhecido.
Se nos países de acolhimento tivemos sucesso, foi porque tivemos o campo e as condições sócio-políticas para isso. O mesmo sucesso teríamos obtido na nossa terra, se os governos se lembrassem mais do ser humano e das suas necessidades, do que das obras e apenas de alguns estratos sociais mais favorecidos.
Muitos de nós hoje tem a suprema felicidade de poderem olhar para o ser mais próximo com carências, e de alguma forma lhas minorar. Mas esse indíviduo não estaria dependendo do nosso altruismo e abnegação se tivesse havido o cuidado dos nossos governos de criarem políticas sociais, que permitissem a todos uma vida digna.
E não é impossível fomentar o desenvolvimento económico e estrural a par do desenvolvimento de políticas sociais, que de fato possam permitir ao ser humano viver sem o pesadelo, não da diferenciação social, mas das condições mínimas essenciais à condição de vida natural.
E o exemplo está aí, com o atual governo português, provocando o crescimento do produto interno bruto, através de incentivos ao empresariado, desenvolvendo o crescimento económico, mas simultâneamente criando políticas sociais e sistemas de proteçào ao menos favorecido.
Se isso se verificasse anteriormente, quem sabe, talvez nós nào fossemos emigrantes. 


Sempre A Mulher

É habitual dizer-se, que “por trás de um grande homem, sempre existe uma grande mulher”. E se isso é uma realidade que encontramos no nosso dia a dia, não é menos certo que o valor atribuido quase sempre a qualquer feito de maior valia, desde que não se saiba o sexo do autor, se atribui ao homem o mérito da questão. 
A sociedade está habituada, ou viciada em só reconhecer o valor masculino, esquecendo-se não só do ditado, mas do grande valor que as mulheres representam nas sociedades em que vivem. Não raramente, são elas as verdadeiras impulsionadoras e incentivadoras do parceiro, encorajando-o e proporcionando-lhe a retaguarda necessária para o desempenho das suas funções.
A mulher na sociedade atual, tem um peso que em nada se distancia do valor atribuido ao homem, quer pela desenvoltura e capacidade com que desempenha os mais variados cargos, quer pelo equilibrio que transmite ao habitat, quer ainda pela sua intuição natural transportada para os mais variados campos em que atua e até a sua superior meticulosidade em relação ao homem lhe aufere a preferência no desempenho de muitas funções.
Pese durante séculos ter sido relegada a um plano secundário (?), pois aparecia sómente como a sombra do homem, hoje se transformou no seu melhor parceiro e aliado, trazendo ainda consigo e simultâneamente o dom maior da maternidade.
Não raras são as mulheres, que além de terem o seu trabalho normal fora de casa, quando acabam a jornada diária, quer nos escritórios, nas fábricas, nas salas de aula ou nas inúmeras áreas profissionais em que atuam, correm para casa, para tratar dos filhos e muitas vezes, ter também e ainda, paciência para ouvir os problemas do companheiro, e de uma maneira bem subtil indicar-lhe o melhor caminho a seguir, ou pelo menos dar-lhe a sua opinião, que muitas vezes é a indicação certa da resolução do problema.
Hoje o valor da mulher é reconhecido, embora desde sempre, desde os primórdios da humanidade esse valor exista com a presença da própria mulher. 
Quando se diz que a mulher conquistou o seu próprio espaço, apenas se diz meia verdade. A mulher sempre teve o seu espaço, desde os tempos mais primitivos. A mulher sempre completou o homem ou o homem completou a mulher através dos tempos, cada um em funções que escolheu como as melhores, para as épocas em que vivia. Só que umas eram mais mediáti
cas que outras. As da mulher, por não aparecerem tanto à vista de todos, não eram tão louvadas quanto as dos homens. Mas nem por isso eram menos importantes ou menos fáceis de concretizar. Simplesmente quem tinha as tarefas mais “visíveis” eram os homens e portanto apareciam como as estrelas, enquanto as mulheres muitas vezes com tarefas mais importantes, mas menos “visíveis”, não se faziam notar.








Então o que aconteceu, o que aliás vem acontecendo no decorrer dos tempos, é que a mulher tem vindo a ocupar naturalmente, sempre que isso se torna necessário, espaços que ela entende ser a hora de serem ocupados. Se antes não se dedicava à política, à economia, à engenharia, ao comércio, ao jornalismo, enfim aos redutos considerados normalmente (na cabeça deles) como feudos dos homens, era muito mais por não ver necessidade disso, do que por falta de concessão de espaço e muito menos por falta de capacidade ou conhecimento.
Seja por motivos económicos ou de afirmação pessoal o certo é que a mulher ocupa qualquer espaço que se predisponha, com a mesma categoria e com o mesmo resultado que seria obtido pelo homem. E isso vem acontecendo desde sempre, decerto muito antes de se ter inventado o ditado de que “por trás de um grande homem, sempre tem uma grande mulher”, que no âmago traduz exatamente essa capacidade extraordinária que a mulher tem, essa hipersensibilidade que a leva com subtileza a fazer com que os resultados apareçam na prática, mesmo que o labor aparente seja de outrem
E tudo  isso acontece, na maior parte dos casos, sem que deixe de continuar dando a sua contribuição maior ao lar e à família, que representa indubitávelmente outra tarefa, às vezes mais cansativa, mas sempre com certeza mais agradável e até compensadora, coisa que o homem ainda reluta em colocar em prática...




-Ao meu neto Ruyan Lucas- 

Enquanto a vida vai passando, o homem vai sendo colocado à prova nas mais variadas circunstâncias, provações perante as quais, a sua impotência lhe dá a exata pequenez da sua própria dimensão.
Quis Deus ou o acaso que no meu caminhar encontrasse uma figurinha dócil, calma e tão frágil quanto o pode e é, uma criança que acaba de tomar o seu primeiro contato com este mundo por vezes tão cruel e desumano. Com um mundo que não quer saber de sentimentos, de tempos por viver ou de qualquer coisa outra, que não seja a sua inexorável caminhada rumo ao desconhecido.
E nesse meu andar pelo mundo das incertezas, cruzei com ele, com esse bichinho tão cercado de amor por todos os lados, que achei não ter como chegar junto, tal era a muralha de amor e proteção humana que o cercava. Mas mesmo sem me aperceber, e muito mais do que permite a força humana, fui obrigado a sentir que não existem barreiras, nem forças conhecidas, nem deuses ou diabos capazes de evitar o amor.
Nem interessa que tipo de amor. Simplesmente aquele amor que te faz sorrir porque alguém está bem ou te deixa sizudo por desconfiar que um grão de areia pode atrapalhar por menos que seja, o livre desenrolar da vida. Aquele amor, que te aprás só pelo simples fato de o sentires. Aquele amor, que não precisa ser apregoado, nem descrito, nem reconhecido ou simplesmente até ao ser ignorado pelo mundo te dá a exata medida da sua força e realidade.
Aquele amor que só te permite teres conciência dele, quando perante os precalços do caminho acidentado da vida, vês as coisas desmoronarem e tudo aquilo que tu és ou julgas ser, se transforma apenas em mera fantasia de viver. Nada és perante a realidade maior das incongruências e maldades que o destino te prepara. Tudo aquilo que pensaste que podias resolver, fazer mudar ou até remediar se transforma num simples questionamento, perante a tua impotência face à impossibilidade de desviar o rumo das coisas.
Aquele ser que apareceu no mar das minhas complexas rotas, pequenino, frágil, inocente, tão doce e ainda longe de conhecer os porquês do amor, luta desesperadamente pelo tempo a que ainda tem direito. Porquê? A resposta por tão simples não tem como satisfazer o forte desejo de que não estivesse acontecendo. Mas está. 
E perante a imagem desesperante de qual peixe fora da água ou de avezinha faminta, abandonada no ninho pelos pais laçados por alçapão traiçoeiro, assim está aquele ser tão pequenino, tão despreparado para se defender, inconsciente por força das drogas inventadas pelo homem, mas lutando pelo sopro de vida que teima em lhe escapar.








É uma luta injusta e desproporcionada. É uma luta de quem não sabe nem o porquê, nem o como, nem para quê. É uma luta instintiva, natural fantasmagórica, medonha. É uma luta de todas as forças geradas pelo homem, contra a mãe natureza que nos dá a vida.
É uma luta desigual. Só a vontade nata de viver pode operar o milagre da continuidade da vida. Não adianta chorar, só se lágrimas houvesse com o milagroso poder da vida. Não adianta a revolta natural e só Deus sabe contra o quê ou quem, pois ela apenas amargura a alma e fragiliza a esperança. Não adianta lastimar ou gritar. 
Apenas esperar e acreditar.
Acreditar que a luta titânica entre a fragilidade e o monstro imaginário, mas com garras e tentáculos reais, vai vencer.
Acreditar que a inocência do desconhecido, vai suplantar o raiar do holocausto que se mostra abertamente, sem preconceitos ou falsos pudores.
Acreditar que a força que eu, castigado pela vida e devedor melancólico do tempo, não tenho para enfrentar o quadro pintado por obra do amor, seja superada pela candura e virgindade de sentimentos desse ser tão pequenino, que não sabendo ainda porquê, prepara o rumo do seu futuro lutando tanto quanto as suas frágeis forças lhe permitem.
Acreditar que existe futuro, é a grande lição que nos dá esse doce menininho de dois meses temporais, que não tendo ainda consciência da sua fragilidade, da sua falta de força orgânica e fisica, da sua castidade no sentir ou no fazer, dos perigos que representam a sua inocência em relação à dura realidade, luta bravamente, desesperadamente, galhardamente contra um inimigo que não conhece e que nem sabe porque existe.
Esse desejo mostrado pela luta de não ceder, de não se vergar perante o imponderável que te apareceu traiçoeiro e rastejante é a simbologia maior que nos deve guiar nos momentos dificeis que atravessamos, fazendo do amor a arma maior, que junto com o exemplo da tua tenacidade e resistência, serão com a ajuda de Deus, a ponte que ajudará a juntar todos nós deste lado da vida.


Conselho das Maldades Portuguesas
ou a Desinformação de um Publicitário Português


Mesmo que nada mais houvesse digno de nota no artigo intitulado “Conselho das Maldades Portuguesas”, publicado em primeira mão pelo nosso jornal e transcrito pelo jornal “Portugal em Foco”, uma coisa teve o mérito de conseguir, pelo menos junto de algumas pessoas que maiores preocupações e responsabilidades tem com o CCP-Conselho das Comunidades Portuguesas. Mas não é somente esse mérito que o artigo transmite no seu todo. Tony Lourenço, com o seu modo algo irreverente e e até de certa maneira simpático, se levarmos em consideração, que o faz  não apenas como eleitor, mas participante ativo no processo da eleição para o CCP, (já que foi dele a criação e direção da campanha publicitária da lista que elegeu os conselheiros Oliveira Nunes, Eduardo Neves, Ângelo Horto, António Jorge, António Simões e Manuel Ferreira Junior depois substituido por Alcides Martins, consegue colocar de uma forma muito clara a falta de informação junto aos eleitores, sobre tudo no que diz respeito ao que tem sido feito pelo conselho em pról da comunidade.
O artigo levado a público pelo nosso jornal, que tem sido um defensor do CCP e do trabalho dos conselheiros, só mostra aos leitores a imagem de pluralismo e independência, que norteia a nossa redação. Não é sómente quando os artigos elogiam ou engrandecem aquilo que poderia ser o nosso ponto de vista, que acedemos em publicá-los. Desde que haja ética e dignidade, sempre respeitaremos a opinião daqueles que colaboram, mesmo que evntualmente com o JA.
E o artigo de Tony Lourenço, é um alerta muito mais do que uma crítica e se esta existe é profundamente construtiva. Por essa razão e também por solicitação do jornal “Portugal em Foco” (ao qual já enviámos este artigo) vamos procurar mostrar não só o que tem sido feito para esclarecimento dos eleitores e também de todos os portugueses, mas essencialmente o que o CCP da América Central e América do Sul, que engloba a Argentina, Brasil, Uruguai, Venezuela e todos os restantes países do bloco, tem procurado fazer para justificar as esperanças depositadas pelos milhares de portugueses que foram às urnas eleger o CCP.
Falemos então primeiro, da divulgação, ou como diz o citado artigo, da falta desta, junto aos eleitores.
Periodicamente alguns conselheiros, dos citados acima,  tem efetuado visitas aos programas de rádio luso-brasileiros, dando esclarecimentos e colocando-se à disposição dos ouvintes para responder às suas dúvidas sobre o CCP e o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por este órgão.
O nosso jornal (que é distribuido por todos os veículos de comunicação social luso-brasileiros e pela maioria dos veículos brasileiros), independentemente de serem ou não sócios, veicula quase semanalmente notícias sobre o CCP, ao ponto de ser indicado por alguns (?), como um “porta-voz” deste organismo.
Também o único programa de televisão produzido no Brasil e levado ao ar aos domingos às 9 horas, pelo canal 9 (CNT) com transmissão simultânea, pela Net (canal 22) e SKY canal 38 e retransmitido nos Estados Unidos pela RTP-USA, que é o “Show da Malta”, com um índice de audiência auditado pelo instituto de pesqui
sa Ibope, sómente no canal 9 indicando mais de 140.000 telespectadores (dois pontos percentuqais de audiência), veicula notícias, faz entrevistas e tece comentários sobre o CCP e suas iniciativas.









Também os jornais editados em Portugal e dirigidos às comunidades portuguesas nomeadamente,“O Lusitano” e o “Mundo Português-O Emigrante”, que são enviados para grande número de portugueses radicados fora de Portugal, tem como pauta quase permanente o conselho e seus trabalhos.
Poderíamos ainda falar dos pronunciamentos de Sua Exª o Secretário de Estado, Engº José Lello através da RTPi (com emissão para todo o mundo) ou das entrevistas concedidas pelos membros do Conselho Permanente ao mesmo veículo, sempre sobre assuntos respeitantes ao CCP e, por conseguinte divulgando as coisas a ele inerentes.
A mala direta lembrada por Tony Lourenço, seria ideal se não fosse utópica. Sómente no Rio de Janeiro, calcula-se que existam 400.000 portugueses, portanto todos eles interessados em saber os resultados do trabalho de um grupo de voluntários que se dispôs a lutar pelos interesses da comunidade, que são os conselheiros eleitos. Partindo da premissa que o  envio de uma simples carta a cada um desses portugueses (se fossem conseguidos através do consulado os seus nomes e endereços, o que não foi sequer tentado), haveria um gasto calculado para cada remessa de informação em cerca de R$ 140.000 (apróximadamente US$ 78.000) valor que excede em muito o orçamento atribuido por exemplo, ao Conselho Regional da América Central e do Sul no valor de US$ 45.560. E falámos apenas da população interessada do Rio de Janeiro, faltando aí a restante de todo o Brasil e dos outros países que compõem esta SR. 
O que me parece é que o nosso querido publicitário Tony Lourenço carece de tempo para ouvir rádio, ler jornais e assistir a programas de tv luso-brasileiros ou transmitidos diretamente de Portugal. Pois acredito que ele apenas se refere à imprensa luso-brasileira ou portuguesa, pois melhor do que ninguém sabe o que seria necessário para chegar à imprensa brasileira. Mas para lhe facilitar, possívelmente ainda este mês estará à sua disposição, bem como `de todos aqueles que estão ligados na internet, uma “home page”, com todos os dados que qualquer pessoa queira saber sobre o conselho, página essa resultado de uma longa e extenuante pesquisa do Conselho Regional da América Central e do Sul. 
O endereço já é definitivo: http://www.ccp-portugal.com e embora ainda em fase de acabamento, já dá uma idéia do que será quando terminada.
Quanto ao que mais pode interessar, qual seja, o que foi feito até agora em prol do emigrante, sem desculpas lhe digo que muito pouco em relação à vontade dos conselheiros, mas muito quando comparado a outros períodos da emigração portuguesa. Sendo o CCP, apenas um órgão consultivo do governo, mas valendo-se das prerrogativas que lhe são concedidas pela Lei 48/96 alíneas a) a l) (Atribuições do Conselho), tem este desde a I Reunião Plenária de Lisboa, em setembro de 97, passando pelas reuniões do conselho permanente, dos conselhos regionais e locais, procurado pleitear através de Recomendações à Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, solução para os mais diversos assuntos, carências e problemas dos cidadãos portugueses residentes no estrangeiro. 
Só apenas com um exemplo, compreenderá o nosso bom amigo, não só a dificuldade de obter dados para podermos continuar a lutar por aquilo que prometemos lutar na campanha, como a exequibilidade do que se pretende, ultrapassa os limites da vontade uníssona dos conselheiros, por esbarrar em mil e um obstáculos. Mas, aí vai um exemplo de uma das coisas que foi citada no seu artigo. 
A PENSÃO SOCIAL.
A Recomendação nº 10, da 1ª Comissão - Direitos, participação, condições de vida, de trabalho e de formação profissional - diz o seguinte:
“A extensão de Pensão Social, a idosos carentes, com mais de 65 anos, que residam fora de Portugal, em situação de dificuldade e sem outros meios de subsistência, com o controle necessário dessas situações pontuais. (...)
A SECP, recebeu a Recomendação, e contatou: Ministério dos Negócios Estrangeiros (Direcção Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas), SESSRL (Secretaria de Estado da Segurança Social e da Relações Laborais, MTS - CNP-Centro Nacional de Pensões e União das Misericórdias. 
Recebidos pela SECP, alguns pareceres, pois até setembro de 98, faltavam do CNP e da União das Misericórdias,  foram estes encaminhados ao Conselho Permanente, que através da sua Comissão de Ligação e Acompanhamento, verificou não terem os organismos que responderam, condições de atendimento para a Recomendação nº 10.
Mas a resposta não está completa pois ainda falta o parecer de duas entidades. No entanto, após o Conselho Permanente elaborar um dossier do ponto da situação de todas as Recomendações da Reunião Plenária e posteriores, e enviar aos conselhos regionais e locais, estes começaram a estuda-lo e verificaram que apesar da fraca possibilidade da recomendação ser atendida como um todo, existe em vigor um acordo entre a SECP, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e a Secretaria de Estado de Reinserção Social, para apoiar portugueses residentes no estrangeiro em situação de grande carência econômica...
Isto foi anunciado em diversos veículos de comunicação social.
Este é apenas um exemplo, entre as mais de 75 Recomendações e 9 Moções ainda da I Reunião Plenária, às quais se podem acrescentar outras tantas das reuniões do conselho permanente e dos conselhos regionais, mas para a grande maioria das quais ainda não existem respostas concretas para dar.
Para finalizar devo informar que em breve no Rio de Janeiro, existirá um endereço, que será a séde do Conselho Local, onde todos sem excepção poderão buscar informações sobre o trabalho (voluntário) dos conselheiros, e o resultado desse trabalho, além de atendimento telefônico e de como atrás foi dito, a colocação na internet da  home-page sobre o CCP e as suas atividades, será também mais um auxiliar para informar e esclarecer.

Realidade de nossos dias...

Ontem, depois de ter assistido a um assalto em pleno centro do Rio de Janeiro, e como nada mais havia para ser feito, perante a impotência de quem assistiu e o desespero de quem ficou sem o carro, refugiei-me num táxi e vim para casa disposto a dissipar, ou pelo menos atenuar aquela frustação que sentimos, quando diante de situações similares não encontramos melhor remédio do que aceitarmos os fatos e refletir sobre eles.
Ainda incomodado com a cara atónita da vítima, perante o inusitado (sempre o é para quem sofre esse tipo de violentação) do seu carro estar sendo dirigido por terceiros sem sua autorização, liguei a tv, buscando algo que me permitisse desfocar o que me estava incomodando.
No primeiro clique e ainda a tv estava construindo a imagem, já uma voz me informava, que ao que tudo indicava, haviam sequestrado o irmão do cantor Salgadinho, que semanas antes tinha tido a sua mãe, também vítima  de sequestro.
Não que não queira estar a par do que se passa, mas naquele dia pretendia algo que não me obrigasse a pensar quão vulneráveis nos encontramos diáriamente ao sair de casa.
Meio apressado mudei de canal na hora em que era informado o assassinato de um jovem, que tinha sido “desovado” num “valão” da baixada fluminense, no qual um desinteressado cidadão procurava o corpo, para que os pais (que assistiam à busca) pudessem dar um enterro digno ao filho.
Eu sei que a hora, pertencia aos noticiaristas, mas teimosamente dei outro clique, nessa maravilha que é o controle remoto, que nos permite sem o menor esforço, mandar calar quem não queremos ou não estamos afim de ouvir, não por si naturalmente, mas pelo que estão a dizer no momento.
E lá vou eu, buscando lenitivo para a disposição que em vez de melhorar estava cada vez ficando pior. Outro apertinho no botão salvador e fico sabendo dos pormenores do ato irracional que levou cinco policiais militares a maltratarem sexualmente uma jovem de dezanove anos, que estava acompanhada do namorado, quando o táxi em que seguiam foi mandado parar pelo carro patrulha e...
Ia começar a apertar o botão para desligar a tv, quando pensei que talvez o próximo canal, quem sabe estivesse no intervalo comercial. Mas não estava. E enquanto tomava a decisão de ir diretamente para os canais a cabo, ainda fiquei a saber que uma gangue formada por estudantes de determinado colégio, tinham atacado um grupo de uma outra escola e que além de diversos feridos um jovem havia chegado sem vida ao hospital, depois de ter sido baleado durante o confronto.
Definitivamente rumei para a tv a cabo. Primeiro canal sintonizado ( estava pré-programado) era noticiário e informava que as forças da Otan, continuavam desvastando...
Mais que depressa pressionei o canal que os meus filhos, que estão com seis e quatro anos, mais gostam. Aí eu tinha a certeza que não ia deparar com mortes, assaltos, sequestros, estupros, enfim nada de violência urbana, nada que me obrigasse a rever a cena de final de tarde em pleno centro da cidade que me continuava a incomodar.
Ledo engano queridos amigos.
A violência continuava firme e forte, embora caracterizada pela animação de desenhos. 
Mas estava tudo ali, como que a querer preparar os meus filhos para o mundo de violência e selvajaria que os espera. 
Esse mundo do nosso dia a dia, que está em cada esquina, em cada escola, que convive diáriamente ao nosso lado, do qual muitas vezes sem querer participamos senão como intérpretes, pelo menos como espectadores. Esse mundo que assistimos crescer em violência, que fica cada dia mais desumano, que está cada segundo mais feroz, que a cada flach nos transporta para o epicentro da discórdia.
Desliguei a tv sem ter conseguido o objectivo de afastar um pouco aquela imagem que persistia em fazer-me companhia.
A tentativa de esquecer o quadro de final de tarde, em plena luz do dia, no centro da ciadade grande, agora havia-se transformado num imenso painel de cores mais sombrias e dantescas.





  















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